A recente atualização da FAQ do eSocial na versão 4.23, por sua vez, trouxe mudanças importantes para os municípios que integram o Programa Mais Médicos, sobretudo na forma de registro e prestação de informações sobre os profissionais cedidos pelo Ministério da Saúde. Com isso, as novas diretrizes visam facilitar o envio de dados e garantir maior precisão nas informações prestadas. Para esclarecer as principais mudanças e impactos para a gestão pública, convidamos o professor Rodrigo Moraes, especialista em eSocial, para uma entrevista exclusiva.
Entre as principais novidades, a atualização oficializa a categoria 902, destinada a médicos residentes, profissionais em curso de formação ou residentes em áreas de saúde, o que altera diretamente a maneira como os municípios devem cadastrar esses profissionais no sistema. Segundo Rodrigo Moraes, essa mudança representa um avanço na organização e transparência das informações, além de garantir a conformidade com a legislação vigente.
“A criação da categoria 902 proporciona mais clareza na identificação dos profissionais cedidos, além de assegurar que os dados sejam registrados corretamente, evitando inconsistências e possíveis penalidades futuras para os municípios”, explica o professor.
Entre as principais mudanças, destacam-se a obrigatoriedade de preencher dados específicos como o CNPJ do órgão cedente (Ministério da Saúde), matrícula do trabalhador, data de início do exercício, regime trabalhista e tipo de regime previdenciário. Essas informações devem ser informadas no evento S-2300 TSVE, garantindo que o profissional esteja devidamente cadastrado no sistema.
Perguntas e Respostas
Qual a importância da atualização da FAQ do eSocial 4.23 para os municípios que possuem profissionais do Programa Mais Médicos?
A atualização da FAQ do eSocial 4.23 é extremamente importante para os municípios que participam do Programa Mais Médicos, visto que define oficialmente a categoria (902) específica para médicos residentes, residentes em área profissional de saúde ou em curso de formação. Com essa definição, os municípios passam a ter uma orientação mais clara sobre como registrar esses profissionais no sistema. Consequentemente, essa mudança afeta diretamente a forma como os municípios devem informar os médicos cedidos pelo programa no sistema eSocial, assegurando maior precisão e conformidade nas informações prestadas. Além disso, a nova categoria contribui para a padronização dos cadastros, facilitando a fiscalização e o cumprimento das obrigações legais.
Quais foram as principais mudanças na obrigatoriedade de informação dos médicos residentes cedidos ao município?
Em primeiro lugar, a introdução da categoria 902 para médicos residentes e profissionais em formação, o que representa uma adequação importante para a correta classificação desses trabalhadores no sistema.
Além disso, destaca-se a necessidade de ajustar a forma de informar o cedente no eSocial, garantindo que os dados estejam alinhados às novas diretrizes.
Por fim, a atualização estabelece a obrigatoriedade de preencher dados específicos sobre o trabalhador cedido, tais como o CNPJ do órgão cedente (Ministério da Saúde), matrícula no cedente, data de início do exercício, regime trabalhista e tipo de regime previdenciário, reforçando a transparência e a organização das informações prestadas.
Como os municípios devem proceder para realizar o cadastro correto no evento S-2300 TSVE?
Para realizar o cadastro correto no evento S-2300 TSVE, os municípios devem:
- Cadastrar o médico cedido na categoria 410.
- Preencher os dados de Informações Relativas ao Trabalhador Cedido, incluindo:
- Código da Categoria: 902
- CNPJ do Cedente: CNPJ do órgão MS
- Matrícula no Cedente
- Data de Início do Exercício no Cedente
- Regime Trabalhista: 2 – Estatutário
- Tipo de Regime Previdenciário: 1 – Regime Geral de Previdência
A categoria 902 impacta diretamente na folha de pagamento e nos encargos previdenciários?
- Sim, pois tal categoria está diretamente associada ao Regime Geral de Previdência.
Quais cuidados os gestores públicos devem ter ao informar o CNPJ do órgão MS e os demais dados do trabalhador cedido?
- Primeiramente, verificar a precisão do CNPJ do Ministério da Saúde. Para isso, o ideal é solicitar ao médico cedido e, em seguida, confirmar a informação diretamente com o MS.
- Além disso, é fundamental garantir que a matrícula no cedente esteja correta, evitando inconsistências no cadastro.
- Outro ponto importante é assegurar-se de que a data de início do exercício no cedente seja precisa, uma vez que essa informação impacta diretamente na prestação de contas.
- Da mesma forma, é necessário confirmar que o regime trabalhista e o tipo de regime previdenciário estejam corretamente informados, garantindo assim a conformidade com as exigências do sistema.
- Por fim, recomenda-se realizar uma dupla verificação de todos os dados antes do envio, a fim de evitar erros que possam comprometer a validação das informações.
Existe um prazo para os municípios adequarem essas informações no sistema do eSocial?
Considerando a importância da conformidade com as diretrizes do eSocial, é recomendável que os municípios façam essas atualizações o mais rápido possível para evitar problemas administrativos.
Caso o município não faça as atualizações corretamente, quais são as possíveis penalidades ou complicações administrativas que podem surgir?
Recomendações para os gestores municipais:
- Em primeiro lugar, estudar detalhadamente as novas diretrizes do eSocial, a fim de compreender todas as mudanças.
- Além disso, treinar a equipe responsável pelo eSocial nas novas exigências, garantindo assim a correta aplicação das normas.
- Simultaneamente, revisar e atualizar os processos internos de registro e gestão dos profissionais do Programa Mais Médicos, com o objetivo de evitar inconsistências.
- Outro passo importante é estabelecer um cronograma para implementação das mudanças, permitindo uma transição organizada.
- Adicionalmente, manter comunicação constante com o Ministério da Saúde para esclarecer dúvidas, assegurando a correta interpretação das normas.
- Para fortalecer o controle interno, realizar auditorias internas para garantir a correta implementação das mudanças.
- Por fim, acompanhar de perto as primeiras submissões de informações no novo formato, visando assegurar a conformidade e corrigir eventuais falhas.

Na sua visão, como essa atualização do eSocial se conecta com as melhorias previstas pelo Programa Mais Médicos, como a ampliação do número de UBS e qualificação dos profissionais?
Com base nas melhorias específicas do Programa Mais Médicos, podemos inferir que:
- Em primeiro lugar, a atualização pode proporcionar maior transparência e controle na gestão dos profissionais do programa, contribuindo para a fiscalização e acompanhamento mais eficientes.
- Além disso, uma melhor organização das informações pode facilitar o planejamento e a expansão do programa, sobretudo na ampliação do número de UBS, o que beneficia diretamente a população atendida.
- Por fim, a categorização mais precisa dos profissionais pode auxiliar em iniciativas de qualificação, permitindo, assim, um melhor acompanhamento do desenvolvimento profissional e a criação de estratégias voltadas para a capacitação contínua.
Quais recomendações o senhor daria para os gestores municipais se adaptarem mais rápido a essas mudanças?
Recomendações para os gestores municipais:
- Primeiramente, estudar detalhadamente as novas diretrizes do eSocial, a fim de compreender as atualizações e suas implicações.
- Em seguida, treinar a equipe responsável pelo eSocial nas novas exigências, contribuindo para a correta execução das atividades.
- Paralelamente, revisar e atualizar os processos internos de registro e gestão dos profissionais do Programa Mais Médicos, buscando alinhamento com as novas normativas.
- Além disso, estabelecer um cronograma para implementação das mudanças, facilitando o acompanhamento das etapas.
- Outra medida essencial é manter comunicação constante com o Ministério da Saúde para esclarecer dúvidas, assegurando o cumprimento correto das diretrizes.
- Para reforçar o controle interno, realizar auditorias internas para garantir a correta implementação das mudanças, identificando possíveis falhas.
- Por fim, acompanhar de perto as primeiras submissões de informações no novo formato, a fim de garantir a conformidade e realizar ajustes, se necessário.
Sistema SIP da ADTR
Para auxiliar os municípios na adequação às mudanças do eSocial, a ADTR conta com o Sistema Integrado de Pessoal (SIP), uma ferramenta completa que facilita a gestão de informações trabalhistas e previdenciárias. O SIP permite a integração direta com o eSocial, garantindo o envio seguro e automatizado dos dados, além de oferecer suporte para a correta configuração da categoria 902 e dos demais campos obrigatórios.
Com funcionalidades que vão desde o cadastro até o envio de eventos ao eSocial, o SIP é um aliado essencial para a modernização da gestão pública, oferecendo mais eficiência e segurança na administração de profissionais cedidos pelo Programa Mais Médicos.